terça-feira, 28 de julho de 2015

Kamboja – Viuva Negra (2015):



Por Davi Pascale

Grupo paulista decepciona em seu debut. Contando com musico renomado em sua formação, entregam trabalho mal produzido e com composições fracas.

O Kamboja havia me chamado a atenção quando lançou seu EP no ano passado. Até escrevi sobre ele aqui no blog. A qualidade de gravação era não mais do que ok, mas era aceitável, já que era meio que uma demo. Era praticamente uma prévia do que estava por vir. Contando com muita expectativa, principalmente pela presença de Paulão Thomaz (ex-Centúrias e Baranga) na bateria, os garotos entregavam um CD bem rock n roll, com faixas inspiradas. Parecia que o álbum de estreia seria matador, mas não foi o que ocorreu...

Paulão continua. A sonoridade rock n roll continua. Fabio Makarrão fez um trabalho vocal legal. O problema é que o disco parece uma colcha de retalhos. Parece que eles pegaram tudo o que tinham sobrando nas gavetas, compilaram em um disquinho e colocaram no mercado, sem lapidar o mesmo. A impressão que dá é que o álbum não foi masterizado. O que seria de um amadorismo incrível. E, ah sim..., a qualidade das composições não ajuda. Os músicos são bons, mas se quiserem resistir ao tempo e provar que são mais do que uma promessa, terão que se dedicar um pouco mais.
   
O CD é dividido em três etapas. Uma nova sessão de gravação, uma aparição em rádio e seu velho EP. Parece um disco de raridades, não um debut. A qualidade de gravação varia e, em nenhum momento, é fantástica. Até entendo que o disco é independente, que o custo para se produzir um CD é alto. Entretanto, seria muito mais interessante, lançarem um novo disco com menos faixas e uma gravação foda do que um com várias músicas gravadas nas coxas.

Grupo conta com o lendário Paulão Thomaz 

Das 6 novas músicas registradas em estúdio, as melhores são “Batendo de Frente” e “Se Deus Pudesse Me Ouvir”, essa última já conhecia por conta do Youtube. A faixa “Virtual” conta com um arranjo legal, mas foi estragada com uma letra bem fraca. “Contagem Final” tem bons momentos, mas mereceria um refrão melhor. A qualidade de gravação da bateria está ainda pior do que a da demo.

A sessão gravada nos estúdios da Brasil 2000 poderia ter feito a diferença, mas não foi o que ocorreu. A gravação continua tosca, o som de bateria mais fraco ainda. Dessas 3, a única composição que achei muito boa foi “Não Vá Em Vão”. As outras, não mais do que razoáveis. É triste, mas as melhores músicas da banda continuam sendo “Tarde No Bar” e “Dona da Madrugada”.

Conheço o trabalho dos caras faz tempo. Sei que ralam pra cacete. Assisti o Paulão e o Makarrão no extinto Blackjack Rock Bar em São Paulo – com o Baranga e o Skid Rolla, respectivamente – sei do potencial dos caras. Mais um motivo para a frustração. Sei que os caras são capazes de mais, muito mais. Muita banda não dá atenção para o momento de gravar a bateria, o que é uma pena. Ainda mais quando temos um cara que nem o Paulão, que é conhecido por sentar a porrada no instrumento. Quem sabe acertam a mão no segundo disco? Torço para que sim. Esses caras têm de tudo para se tornarem um dos grupos de rock mais legais do Brasil, mas ainda faltam alguns ajustes...

Nota: 4,0 / 10,0
Status: Frustrante

Faixas:
      01)   Viúva Negra
      02)   Virtual
      03)   Contagem Final
      04)   Sangrando
      05)   Batendo de Frente
      06)   Mentira (Brasil 2000)
      07)   Não Vá Em Vão (Brasil 2000)
      08)   Alien Nação (Brasil 2000)
      09)   Se Deus Pudesse Me Ouvir
      10)   Acelerando
      11)   Tarde No Bar
      12)   Bomba Relógio
13)   Dona da Madrugada