sexta-feira, 27 de março de 2015

Kontrust – Explositive (2014)

Por Rafael Menegueti

Kontrust - Explositive
A banda austríaca de metal crossover Kontrust lançou seu quarto disco de estúdio em novembro passado. No ano passado eu havia resenhado o antecessor “Second Hand Wonderland”, de 2012, e agora, comentando sobre o novo disco, devo dizer que pouco mudou. A proposta do som do sexteto é a mistura de metal com vários estilos de diversas origens, como a polka, ritmos latinos, um pouco de reggae e ska, muita percussão e levadas cheias de groove e funkeadas.

Em “Explositive” a banda explora ainda mais essa sua sonoridade, com uma pegada pesada e ao mesmo tempo dançante. A faixa “Dance” abre o disco bem nesse estilo. Os vocais da polonesa Agata Jarosz e Stefan Lichtenberger são versáteis e empolgantes. Na faixa “Why”, eles fazem um bom dueto, em uma faixa que bem poderia ter surgido de uma banda dos anos 80 e com um refrão simples mas grudento. O primeiro single do disco, “Just Propaganda” vem em seguida com um riff bacana e uma letra bem crítica. O que é outro ponto interessante da música da banda. Mesmo com essa sonoridade irreverente e animada, as letras mostram uma banda engajada em apontar pontos em que a sociedade precisa ser melhorada.

Os membros do inusitado Kontrust
O álbum segue com a faixa “I Freak On”, bem inusitada, com presença de guitarras e teclado formando um som consistente, e mais um refrão pra ficar na cabeça por uns 12 dias, algo em que a banda parece ser especialista. Essa formula poderia fazer do Kontrust uma banda previsível, mas não. Cada canção parece uma surpresa diferente. “Shut Up” já tem outra pegada, convidando o ouvinte a pular com o refrão. Não da nem tempo de respirar, tamanha a frequência com que os andamentos mudam, as músicas ganham peso e novos elementos são inseridos.

“Cosmic Girl” é outra faixa diferente, começado com um banjo e uma guitarra abafada e a voz de Agata, logo mudando com os vocais Stefan e ganhando mais energia. “Vienna” é uma das melhores do álbum, onde predominam os riffs de guitarra e a melodia nos vocais de Agata. “Bulldozer” também não deixa a desejar, com uma levada pesada e bem hard rock. “Play!” é outro momento bem grooveado, com destaque para o baixo de Gregor Kutschera, e um refrão mais alternative rock.

Chegando a parte final do disco, temos a animada e cheia de ritmo “This Is My Show”, uma das mais dançantes do disco. “Bad Time” tem um andamento mais lento, mas ainda é bem empolgada. “Ladies” é mais uma sonora pancada, rápida e com outro refrão daqueles. O disco encerra com a funkeada e bacana “Lucky Bastards”, que deixa o ouvinte querendo mais. Um trabalho divertido, abrangente, rico em boas referências e influências. O que poderia ter ficado repetitivo e previsível se mostrou um trabalho renovado e convidativo. Muito bom para uma banda que deve continuar crescendo na cena do rock e metal moderno.


Nota: 8,5/10
Status: Animado e variado


Faixas:
1. Dance
2. Why 
3. Just Propaganda 
4. I Freak On 
5. Shut Up 
6. Cosmic Girls 
7. Vienna 
8. Bulldozer 
9. Play! 
10. This is My Show 
11. Bad Time 
12. Ladies
13. Lucky Bastard