terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Scorpions – Return to Forever (2015):



Por Davi Pascale

Os alemães dos Scorpions voltam a atacar!!! Comemorando 50 anos de estrada, soltam um disco de inéditas sem querer reinventar a roda. Se hoje, não causam mais as polêmicas que causaram nos primeiros anos, servem para nos lembrar dos bons tempos do rock e entregar um pouco de nostalgia aos seus velhos seguidores. Certamente, um trabalho que irá agradar seus velhos fãs.

Para quem não conhece os anos iniciais do grupo de Klaus Meine, o Scorpions começou tocando heavy metal e escreveu alguns clássicos do gênero. Durante sua extensa carreira, passaram por alguns momentos polêmicos: a perda da voz de Klaus Meine no auge do sucesso, experimentações não muito bem aceitas (como o trabalho flertando com eletrônica Eye II Eye) e diversas capas censuradas (sendo as mais famosas, as de Taken By Force e Virgin Killer). Esse momento de inquietação, de riscos, passou. Já faz um tempo que eles têm se preocupado em manter seu legado. Não querem mais correr o risco de perder parte de seu público. Esse sentimento é perceptível durante a audição de Return to Forever (título que acredito ser uma brincadeira com a volta da banda. Para quem está por fora, os músicos tinham anunciado uma turnê de despedida e depois decidiram seguir em frente, assim como aconteceu com o Kiss).

Não, esse não é mais um trabalho com regravações de “Still Loving You”, “Rock You Like a Hurricane”, “Winds of Change”, “The Zoo”... Esse é um trabalho de inéditas. Seu primeiro desde Sting In The Tail (2010). Entretanto, é um álbum que aposta na sua sonoridade tradicional, sem trazer grandes surpresas. O CD é repleto de ótimas canções, mas não espere nada muito inovador.

Trabalho deve agradar velhos seguidores

“Going Out With a Bang”, “Rock My Car”, “The Scratch” e ”Rock n´ Roll Band” trazem a velha sonoridade rock de arena. Guitarras com riffs simples, porém cativantes e refrões fáceis de serem memorizados. Sons que funcionariam muito bem em qualquer apresentação do grupo. Também não faltam as famosas músicas midtempo. Ou seja, aquelas que não chegam a serem pesadas, mas que chamá-las de baladas também chega a ser um exagero. Caso de “All For One”, “Hard Rockin´ The Place” e “Catch Your Lucky And Play”. Canções que se tivessem sido lançadas em outro período, provavelmente ganhariam uma certa projeção nas rádios e nas MTV´s da vida.

Contudo, não se engane. Não ache que os caras entregaram um CD sem nenhuma balada. Em se tratando de Scorpions, já era até esperado. “Eye Of The Storm” e “Gypsy Life” são baladas típicas da banda começando com dedilhado e vocal suave, crescendo no refrão com entrada da bateria e uma guitarra levemente distorcida. Fórmula parecida com a do clássico “Send Me An Angel”. “House of Cards” aposta em apenas vocais, violões e guitarra. Sem bateria, dessa vez.

Embora conte com um pequeno efeito aqui e ali, Return to Forever não é um trabalho com uma mixagem moderna, como ocorreu em Humanity: Hour 1. Pelo contrário, muitas vezes, nos remete ao som dos anos 80. Disco típico que deve ser massacrado pelos críticos musicais e abraçado pelos fãs.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Honesto

Faixas:
      01)   Going Out With a Bang
      02)   We Built This House
      03)   Rock My Car
      04)   House of Cards
      05)   All For One
      06)   Rock n´ Roll Bang
      07)   Catch Your Luck And Play
      08)   Rollin´ Home
      09)   Hard Rockin´ The Place
      10)   Eye Of The Storm
      11)   The Scratch
      12)   Gypsy Life