segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Lynch Mob – Syzygy (1998):



Por Davi Pascale

Lançado de maneira independente, single resgatava formação original. George Lynch já demonstrava vontade de seguir em nova direção.

Wicked Sensation, álbum de estreia do Lynch Mob, é um trabalho que beira a perfeição. Lançado na época do hair metal, o grupo apostava em um hard rock um pouco mais pesado do que a maioria vinha fazendo. Era mais próximo de um Badlands, de um Tesla do que de um Poison ou Cinderella. Além das guitarras de George Lynch, outro ponto de destaque, para mim, eram os vocais de Oni Logan. Na época, via muita gente criticando o rapaz, mas sempre achei o trabalho vocal dele nesse disco animal. Não tive a oportunidade de vê-los em ação, mas os poucos registros piratas que tenho desse período, acho as performances boas. Nunca entendi direito as criticas em torno dele.

Por sempre ter gostado muito desse álbum e dessa formação, em especial o lançamento desse CD me deixou bem empolgado. Em 1998, depois de alguns anos afastados, George Lynch e Mick Brown (outro integrante do Dokken), resolveram reunir a banda, mas o projeto não durou muito. O retorno com a formação original não passou de alguns encontros. Esse single nasceu de uma demo que haviam criado antes de brigarem novamente. Quando caíram na estrada, o vocalista já era outro, John West. A turnê também não durou muito. 13 shows e adeus.

No ano seguinte, George Lynch tentou uma nova reencarnação, somente com músicos desconhecidos e apostando em uma sonoridade moderna. Na época, estava em ascensão o nu-metal com grupos como Korn e Limp Bizkit liderando a cena. Smoke This (1999) era uma tentativa de se encaixar nessa onda de rap-metal. Os fãs, claro, torceram o nariz.

Syzygy não ia tão longe, muitos dos velhos elementos foram mantidos, mas já demonstrava uma vontade de seguir em outra direção. Oni Logan continuava cantando no seu velho estilo e, mais uma vez, fez um trabalho muito satisfatório. George Lynch, contudo, embora continuasse o monstro que sempre foi, já buscava timbragens mais modernas. Utilizando de afinação mais suja do que o de costume, seu trabalho de guitarra muitas vezes me remete ao grunge. Inspiração que utilizou também nos álbuns de reunião do Dokken, lançados nesse período.

“Into The Light” é onde essa influência aparece mais descarada, fazendo o uso de uns backings meio Alice in Chains em diversos momentos. “All Things Must Pass” e “Waterfall” já são baladas que poderiam estar presentes no Wicked Sensation. “All Things Must Pass” é minha preferida, com direito, inclusive, à pandeirinho no refrão. Brincadeira que faziam bastante no álbum de estreia. “Waterfall”, também excelente, traz algumas passagens mais pesadas e, mais uma vez, notamos George Lynch com influencias do grunge nessas passagens. A impressão que me dá é que se esse álbum tivesse ido para frente, viria com uma mixagem mais moderna, mais ou menos como o Shadowlife.

De toda forma, embora sejam apenas 3 musicas extraídas de uma demo, o disquinho vale a pena. As composições são boas e era muito bacana ouvir os músicos originais juntos novamente, ainda que por um breve período. Quem é fã, vale correr atrás. Quem não conhece nada, comece pelo Wicked Sensation.

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Bom

Faixas:
      01)   Into The Light
      02)   All Things Must Pass 
      03)   Waterfall