quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Atreyu - Long Live (2015)

Por Rafael Menegueti

Atreyu - Long Live
Depois de 6 anos, o Atreyu retorna com um novo disco, o sexto de sua carreira. A banda havia ficado por um bom período em hiato, e aparentemente isso serviu para que a banda definisse uma nova direção em sua proposta, ou melhor, uma velha direção. E tem tudo para agradar aos fãs de longa data.

Os californianos fizeram grandes mudanças em sua sonoridade desde seus primeiros trabalhos. Do metalcore cru e pesado do primeiro disco, “Suicide Notes and Butterfly Kisses”, a banda passou a fazer uso de mais melodia, influências de hard rock e um estilo mais comercial ao longo de seus outros lançamentos. Antes da pausa, o álbum “Congregation of the Damned” conseguiu diluir bem todas as fases da banda em um disco bem preciso. O desafio no retorno parecia ser como manter essa sequencia em sua evolução sonora.

“Long Live” mostra-se rapidamente um disco que dá um passo a frente. Algumas das características principais do som que a banda vinha apresentado aparecem bem, como os refrães se mostrando como o pico das músicas, além de riffs ferozes. A estrutura que a banda apresenta em suas composições é bem característica. Alex Varkatzas é o principal vocalista, mas ele divide a tarefa com o baterista Brandon Saller.

Os membros do Atreyu
Enquanto Brandon sempre apresentou sua voz com força e empolgação, formando os momentos mais acentuados das músicas, Alex oferecia um vocal mais brutal e emotivo. Se nos trabalhos anteriores Alex vinha mesclando os gritos com voz limpa, nesse disco ele optou por apenas gritar. Pode parecer pouca coisa, mas essa escolha foi fundamental na evolução do som. Brandon ganhou ainda mais importância, quebrando as partes mais pesadas com a potência de sua voz limpa e se tornando a principal referência melódica da banda.

O disco soa bem mais maduro. Seja no modo da banda compor, como na forma como eles executam as canções. O single “Long Live” inicia o álbum com competência. Em “Live to Labor” a banda usa mais velocidade e mostra bom entrosamento nas guitarras. Existem momentos que lembram bem a fase do álbum “The Curse”, mas um pouco mais bem elaboradas, como nas faixas “I Would Kill/Lie/Die (For You)” e “Heartbeats and Flatlines”. Flerta com o rock de arena no ritmo de “Do You Know Who You Are?”, e com o hard rock em “Brass Balls”, duas excelentes canções. Outros destaques ficam com a pesada “Cut Off the Head”, melhor do álbum, e “Reckless”, que encerra o disco como uma porrada.

É certo que esse disco deve agradar bastante aqueles que esperavam um disco de metalcore típico. “Long Live” tem todos os elementos necessários pra isso. Para o Atreyu é ainda mais interessante por ser um retorno com muita qualidade. A banda fez seu melhor álbum no quesito peso, e um dos melhores em matéria de melodias. O grupo pareceu até ter dado a deixa pros seus fãs no nome do disco. Todos devem estar pensando agora: “vida longa ao Atreyu”.


Nota: 9/10
Status: Porrada

Faixas:
01. Long Live
02. Live To Labor
03. I Would Kill/Lie/Die (For You)
04. Cut Off The Head
05. A Bitter Broken Memory
06. Do You Know Who You Are
07. Revival (Interlude)
08. Heartbeats And Flatlines
09. Brass Balls
10. Moments Before Dawn
11. Start To Break
12. Reckless