quinta-feira, 5 de março de 2015

Amoral - Fallen Leaves & Dead Sparrows (2014)

Por Rafael Menegueti

Amoral - Fallen Leaves & Dead Sparrows
A Finlândia é sem dúvidas o país do heavy metal. É impressionante como lá o estilo tem popularidade e rende tantas bandas boas. O metal está para eles como o sertanejo está para nós brasileiros, por exemplo. E isso facilita que inúmeros grupos consigam se consolidar com o tempo. Uma das bandas que vem na estrada há um certo tempo e agora lança um de seus melhores trabalhos é o Amoral.

A banda passou por uma mudança drástica de sonoridade. O grupo nasceu em 1997, e lançou seu primeiro álbum apenas em 2004 como uma banda de death metal. A banda lançou três discos nessa pegada, mas ai veio a mudança. Niko Kalliojärvi deixou o grupo e foi substituído por Ari Koivunen, jovem vocalista que ficou conhecido por vencer a versão finlandesa do reality show Idolos e já havia lançado dois bons discos solo. Ari não cantava em gutural, e a banda virou um grupo de power metal progressivo. Preciso dizer que os fãs antigos odiaram? Pois é, mas eles o fazem com a cabeça de quem sempre exige que sua banda seja sempre aquilo que eles aprenderam a ouvir, não dá pra culpa-los. Mas musicalmente a banda seguiu tão boa ou até melhor que antes.

A entrada de Ari Koivunen (centro) mudou drasticamente o estilo da banda
“Fallen Leaves & Dead Sparrows” é o terceiro disco após a mudança de estilo, e o sexto da banda no geral. E nele a banda ganha créditos pelo excelente trabalho de composição, arranjos e produção. Com elementos bastante técnicos e uma boa transição entre os estilos mais progressivo, as baladas e os momentos mais pesados, o disco é uma aula de metal moderno.

“On The Other Side Pt. 1” abre o disco com uma boa pegada, e dá uma mostra do que está por vir. “No Familiar Faces” é mais agitada e possui um riff empolgante. “Prolong A Stay” segue a mesma linha, com um pouco mais de velocidade e técnica. “Blueprints” é uma balada carregada pelo violão e voz de Ari Koivunen, tem uma levada meio blues, meio rock setentista, claramente influenciada por Led Zeppelin. A melhor do álbum é “If Not Here, Where?”. A faixa começa leve, com dedilhados e bateria cadenciada e vai crescendo até estourar em um metal rasgado no meio, com Ari fazendo guturais e bastante peso, sem deixar o aspecto melódico/progressivo de lado.

O que vem em seguida é a instrumental “The Storm Arrives”, seis minutos e meio de pura experimentação progressiva clássica, quase uma demonstração técnica. “See This through é outra semi-balada, que dá outra quebrada no clima do álbum. O CD encerra excelentemente com “On the Other Side Pt. II”, outra viagem progressiva, que flui como uma montanha russa sonora entre os elementos de power, death e melódico que encontramos por todo o álbum.

Os fãs e a critica podem até massacrar essa banda, mas eles fazem isso cegos (ou surdos) pela sombra de sua antiga fórmula. Se prestassem atenção veriam uma banda bem intencionada, que não deixa em nada a dever. Basta deixar o preconceito de lado e viajar com o ótimo som de mais uma criação do metal finlandês.


Nota: 9/10
Status: viajado e pesado


Faixas:
1. On The Other Side Pt. I
2. No Familiar Faces
3. Prolong A Stay
4. Blueprints
5. If Not Here, Where
6. The Storm Arrives
7. See This Through
8. On The Other Side Pt. II