sábado, 15 de agosto de 2015

Noel Gallagher´s High Flying Birds – Chasing Yesterday (2015):



Por Davi Pascale

Ex-guitarrista do Oasis decepciona em segundo trabalho solo e entrega disco morno. Será que não está na hora de voltar seu antigo grupo?

Noel Gallagher sempre foi o principal compositor do Oasis. Nos shows, tocava guitarra, fazia os backings, cantava uma música ou outra e assumia o microfone em definitivo, quando seu irmão temperamental Liam decidia simplesmente não subir ao palco. Algo que aconteceu no MTV Unplugged. Sendo assim, havia muita expectativa em cima de seu trabalho solo. O álbum de estréia de seu novo projeto até foi interessante, mas esse segundo é frustrante.

O disco traz e não traz novidades. Noel está explorando menos os famosos power chords, mas as referencias continuam as mesmas de sempre e não será dessa vez que se livrará do coro que clama pela volta do Oasis. Talvez, passe a escutar até mais, já que várias músicas trazem diversas referencias de seu antigo grupo. Algo que considero até normal, já que era o principal compositor da banda, conforme citei acima.

Músico tenta convencer, mas não consegue

Chasing Yesterday começa bem. A primeira metade empolga. “Riverman” é uma bonita balada no melhor estilo do rapaz. Tudo bem que se autoplagiou – a levada da guitarra é a mesma de “Do You Know What I Mean” – mas ok. “In The Heat Of The Moment” dá uma animada e mantém o nível. A guitarra e a linha vocal poderiam ter sido utilizadas por seu antigo grupo. “The Girl With X-Ray Eyes” é uma das melhores do disco. Traz uma pegada meia espacial, um “q” meio David Bowie Ziggy Stardust. “Lock All The Doors” é uma antiga canção, escrita em 1992 e que nunca tinha visto a luz do dia. Não estranhe se te remeter aos tempos de Definitely Maybe. Interessante!

Tudo começa a degringolar em “The Dying Of The Light”, uma balada não mais do que razoável. O pior momento do disco, contudo, vem a seguir. “The Right Stuff” e “While The Song Remains The Same” beiram o insuportável. Quando estiver com dificuldade para dormir, ataque essas duas músicas na sequência e bons sonos. “The Ballad Of Mighty I”, que encerra o disco e conta com a participação de Johnny Marr (The Smiths), é o momento vergonha alheia com o músico tentando soar moderninho se utilizando de uma pegada mais dançante com bateria eletrônica e sintetizadores. Rapaz, vamos tomar vergonha nessa cara? Dessa segunda metade, a única faixa realmente boa é “You Know We Can´t Go Back”.

Noel Gallagher é talentoso. Musico competente, tem uma voz agradável e sabe compor músicas que ficam na cabeça das pessoas sem soar bobo. Seus discos sempre foram extremamente bem gravados. Entretanto, todo músico tem seus altos e baixos. E, definitivamente, Noel não está em seu melhor momento. Chasing Yesterday é um disco não mais do que razoável. No final do ano passado, Beady Eye (grupo liderado por Liam) anunciou o fim das atividades. Lembro de uma entrevista com o Noel, onde havia dito que havia escrito entre 50 e 60 músicas para chegar ao resultado final desse disco. Se esse é o melhor que havia entre 60 músicas, talvez seja o momento de fazer as pazes com Liam e retornar seu antigo grupo. Sério mesmo!

Nota: 5,0 / 10,0
Status: Morno

Faixas:
      01)   Riverman
      02)   In The Heat Of The Moment
      03)   The Girl With X-Ray Eyes
      04)   Lock All The Doors
      05)   The Dying Of The Light
      06)   The Right Stuff
      07)   While The Song Remains The Same
      08)   The Mexican
      09)   You Know We Can´t Go Back 
      10)   Ballad Of The Mighty I