quinta-feira, 31 de agosto de 2017

G3 – Live In Concert (1997):



Por Davi Pascale

Quem curte musica já se pegou imaginando a banda dos sonhos, o festival dos sonhos e afins. Às vezes, acaba gerando até uma espécie de debate entre amigos ou colegas que também gostam de som. O evento G3 é meio que isso. É como se fosse o show dos sonhos entre os aficionados por guitarra. Foi um sonho que se tornou realidade.

O evento foi criado em 1996 pelo guitarrista Joe Satriani. A ideia é ter sempre 3 grandes guitarristas apresentando composições solo. E no final, eles se unem para uma jam session. Já existiram diversas formações. Já estiveram no Brasil algumas vezes (já tive a oportunidade de conferir um desses shows de perto) e já saíram alguns CD´s desse projeto. Esse que comento hoje foi o primeiro deles.

Qual o meu espanto ao pegar o CD em mãos e notar que já se passaram 20 anos de seu lançamento. Não decidi escrever com intenção de texto comemorativo, foi uma coincidência mesmo, mas incrível notar como o tempo voa.

Na apresentação que assisti, Joe Satriani foi o headliner. Aqui, ele é o responsável por abrir o CD. A escolha do set foi perfeita. Três músicas consideradas clássicos entre seus fãs. Satriani é conhecido por ter conquistado velocidade na técnica de hammer-ons (quando você tem uma nota soando e bate em outra nota utilizando somente a mão que está no braço da guitarra. Ou seja, sem a palheta) e não em palhetadas rápidas e alternadas, que é o mais usual. Obviamente, sua execução é perfeita, assim como dos músicos que o acompanham, seus velhos parceiros Stu Hamm (baixo) e Jeff Campitelli na bateria. O início não poderia ter sido mais perfeito.



Na sequencia, temos Eric Johnson. Por alguma razão, o músico nunca me chamou a atenção suficiente para que mergulhasse de cabeça em sua obra. Sim, o cara toca muito e é mais do que merecida sua participação aqui. No entanto, suas músicas nunca me chamaram a atenção. Entre as três escolhidas, a que mais me agradou foi “Manhattan”. Em “Zap” – música de seu álbum Tones que chegou a ser indicada ao Grammy em 1987 – confesso que fiquei mais fascinado pelo trabalho de bateria Brannen Temple do que pela linha de guitarra propriamente dita.

O último a se apresentar foi o genial Steve Vai, dentre os três é o meu preferido, e o setlist foi matador também. O cara resgatou músicas lá do início de sua carreira. “Answers” e “For The Love Of God” do genial Passion And Warfare e “The Attitude Song”, vindo dos tempos de Flex-Able. Na bateria, estava Mike Mangini, que hoje segura as baquetas do Dream Theater. Bom... dizer que a performance é impecável é chover no molhado.

E no encerramento, o mais legal, os três se unem para relembrar clássicos do rock e do blues. Joe Satriani assume os vocais em “Going Down”, Steve vai ao microfone na hora de relembrar seus tempos ao lado de Frank Zappa em “My Guitar Wants To Kill Your Mama” e Eric Johnson se destaca no clássico “Red House”, som imortalizado por Jimi Hendrix. No lado vocal, Eric Johnson é quem demonstra maior habilidade. Satriani e Vai não fizeram feio, mas não dá para dizer que são bons vocalistas, digamos que seguraram bem a peteca.



Tirando a jam final, todo o restante do material apresentado é instrumental. Portanto, já aviso que, embora excelente, não é um álbum voltado à todo tipo de ouvinte. Mas se você curte instrumental, curte guitarra e adora rock, blues e fusion, diria que é uma audição meio que obrigatória. Fica a dica!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Performance impecável

Faixas:
      01)   Cool Nº9 (Joe Satriani)
      02)   Flying In A Blue Dream (Joe Satriani)
      03)   Summer Song (Joe Satriani)
      04)   Zap (Eric Johnson)
      05)   Manhattan (Eric Johnson)
      06)   Camel´s Night Out (Eric Johnson)
      07)   Answers (Steve Vai)
      08)   For The Love Of God (Steve Vai)
      09)   The Attitude Song (Steve Vai)
      10)   Going Down (Satriani, Johnson e Vai)
      11)   My Guitar Wants To Kill Your Mama (Satriani, Johnson e Vai)
      12)   Red House (Satriani, Johnson e Vai)