quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Discografia comentada: Epica (parte 2)

Por Rafael Menegueti

Epica
Continuando a matéria sobre a discografia do Epica, chegamos ao momento de transição na carreira do grupo holandês. A partir do terceiro disco de estúdio da banda, o Epica foi aos poucos se tornando o que é hoje.

The Divine Conspiracy (2007)


Em 2007 a banda lança seu primeiro álbum conceitual. O conceito por trás do álbum vem da religião, numa ideia de que Deus teria criado todas elas para que a humanidade encontrasse sua verdadeira natureza, e percebesse que todas elas são uma só. A banda tornou seu som bem mais agressivo nesse disco. O peso está presente não só nas guitarras e bateria, mas também nas orquestrações, ainda mais intensas nesse trabalho. Os guturais de Mark Jansen são mais presentes do que nos trabalhos anteriores, e a banda embarca de vez em composições mais progressivas. Esse é o primeiro disco com Ariën van Weesenbeek na bateria, mas na época ele ainda não era membro oficial, isso viria a acontecer apenas no ano seguinte. Destaques: Sancta Terra, Fools of Damnation e The Divine Conspiracy.


The Classical Conspiracy (2009)


Em junho de 2008, a banda realizou na Hungria um show especial acompanhado de orquestra completa. O show foi lançado em CD em maio de 2009. A apresentação é divida em duas partes: a clássica, onde a banda e orquestra fazem versões de grandes nomes da música clássica como Verdu, Vivaldi e Handel, algumas trilhas famosas de cinema, como “Imperial March”, de Star Wars, e o tema de “Spider Man”, além de algumas faixas presentes em “The Score”. A segunda parte é o set da banda, com as canções habituais sendo executadas com a orquestra. “The Classical Conspiracy” acabou sendo o último lançamento com o guitarrista Ad Sluijter, que havia saído da banda ainda em 2008. Destaque: The Imperial March.


Design Your Universe (2009)


Ainda naquele ano o Epica lança seu quarto álbum de estúdio. “Design Your Universe” é mais um passo adiante na sonoridade progressiva da banda. Muito bem lapidado e com composições ainda mais elaboradas, me arrisco a dizer que esse é o trabalho definitivo da banda. Na minha opinião o melhor. O disco se foca na imaginação e no poder da mente, com base nas ideias trazidas da ciência, mais especificamente a física quântica, que abre um novo leque de possibilidades para o universo. Esse é o primeiro disco com Isaac Delaheye na guitarra. Com ele, também vieram os solos de guitarra nas músicas, algo muito raro nos trabalhos anteriores. O disco ainda conta com a participação especial de Tony Kakko, do Sonata Arctica, na faixa “White Waters”. Destaques: Resign to Surrender, Kingdom of Heaven e Design Your Universe.


Requiem for the Indifferent (2012)
  

Depois de tantos lançamentos onde a criatividade e a evolução nas composições eram o forte da banda, veio um disco onde ocorreu uma leve escorregada. Não que “Requiem for the Indifferent” seja ruim, ele apenas não tem o mesmo aspecto único e marcante que os outros discos possuem. A banda compôs canções com estruturas complexas e a métrica das letras é bem diferente do habitual, o que tornou a audição em muitos momentos algo que exige paciência. Existem boas faixas no disco, principalmente as primeiras e a última, mas em relação aos outros discos é o que menos empolga. Esse disco também ficou marcado por um erro. Todas as cópias físicas lançadas contém uma versão de “Serenade of Self-Destruction”, faixa que encerra o disco, sem os vocais de Simone e Mark, apenas os corais. A banda disponibilizou a faixa correta para download. Esse também é o ultimo álbum com o baixista original Yves Huts, que deixou a banda logo após o lançamento. Destaques: Storm the Sorrow, Monopoly On Truth e Serenade of Self-Destruction.


Retrospect (CD e DVD - 2013)


Para comemorar 10 anos de estrada, a banda precisava fazer algo especial. E nada melhor do que um lançamento ao vivo que abrange toda a carreira, com uma orquestra e coral completos para isso. A banda deu um passo além do que fizeram em “Classical Conspiracy”, já que esse show especial comemorativo seria também o primeiro DVD ao vivo de show da banda, já que o show do Paradiso de 2005 nunca saiu. Com participações especiais dos ex-integrantes da banda, de Floor Jansen e com um setlist único, além de uma faixa inédita feita especialmente pra ocasião, “Retrospect” foi um dos melhores registros ao vivo daquele ano, e saciou a vontade dos fãs por material completo desse tipo. Destaques: Retrospect, Cry For the Moon, The Divine Conspiracy.


The Quantum Enigma (2014)


Por fim, chegamos ao disco mais recente do sexteto. Depois da complexidade exagerada nas composições do álbum anterior, a banda optou por trazer de volta o foco no peso aliado às melodias. O resultado foi um disco onde as canções voltaram a ser marcantes e com muito equilíbrio entre os arranjos orquestrais, os corais, os vocais e demais instrumentos. Uma sonoridade que é mais um avanço na evolução dos trabalhos da banda, e que traz consigo toda a alma e inspiração dos anteriores. Primeiro disco com o baixista Rob van der Loo. Destaques: The Second Stone, Essence of Silence, Unchain Utopia e The Quantum Enigma (Kingdom of Heaven Part II).


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